O volume foi o maior nos últimos três anos no mês de novembro.
Em Petrolina, pequenos reservatórios acumularam água na última semana.
Os efeitos da chuva já podem ser percebido no interior do município. Foram três precipitações rápidas, em menos de uma hora, mas com chuva forte. É o que relatam moradores das comunidades de Pedra Grande, Lajedo e Jatobá em Petrolina. A caatinga que não recebia água desde abril de 2013, foi ressurgindo e está quase que completamente verde.
Uma das espécies a ganhar folhas verdes foi a jurema, comum no Nordeste brasileiro, que perde todas as folhas durante a seca. Outra espécie como o caroá, da família das bromélias, está florido. Em comunidades como o Jatobá e Lajedo os reservatórios começaram a armazenar água da chuva, ainda em pequena quantidade.
A estrada que liga Jatobá a Lajedo foi tomada pela água e dificulta o tráfego de veículos.
Em Petrolina, foram registrados 60 milímetro de chuva no mês de novembro. De acordo com o laboratório de meteorologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o volume foi o maior dos últimos 3 anos no período. A média é de 50 milímetros.
Deve continuar chovendo em Petrolina. “As previsões indicam que nós deveremos ter um retorno dessas chuvas a partir da quinta-feira (11). Entre quinta e segunda-feira tem possibilidade de precipitação englobando a parte oeste de Pernambuco, incluindo Petrolina, Lagoa Grande até Santa Maria da Boa Vista” – afirma o meteorologista da Univasf, Mário de Miranda.
Antonio João Alves, de 69 anos, morador da região do Lajedo, diz que pequenos reservatórios começaram a receber água também do canal do Projeto Irrigado Pontal Sul. Isso ajuda na sobrevivência de animais, mas não na produção de alimento, o que acontece quando a caatinga está verde porque caprinos e ovinos se alimentam da vegetação. Depois da espera de sete meses, a chuva é motivo de comemoração. Mas ainda é cedo para pensar em plantio, mesmo para agricultura de subsistência. “A terra estava muito ressecada e não dá pra planta agora. Estamos esperando chover pelo menos uma vez mais. Dando mais uma chuva dá pra plantar”, explica.
Depois de ver a caatinga verde produzindo naturalmente alimentos para os animais, Cristina Ribeiro, de 45 anos, criadora de caprinos e ovinos, lembra de como perdeu parte do rebanho durante o período mais crítico da seca, entre os meses de maio e outubro. “Vendi minha criação baratinha porque estava muito magra, e sem pasto poderia perder tudo. Preferi vender” - comenta.

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